Localização
A Ilha de Moçambique é uma cidade insular situada na província de Nampula, na região norte de Moçambique, a qual deu o nome ao país do qual foi a primeira capital.
A Ilha tem cerca de 3 km de comprimento e 300 – 400 m de largura e está orientada no sentido nordeste-sudoeste à entrada da Baía de Mossuril, a uma latitude aproximada de 15º02′ S e longitude de 40º44′ E. A costa oriental da Ilha estabelece com as ilhas irmãs de Goa e de Sena (também conhecida por Ilha das Cobras) a Baía de Moçambique. Estas ilhas, assim como a costa próxima, são de origem coralina.
Arquitectonicamente, a Ilha está dividida em duas partes: a “cidade de pedra” e a “cidade de macuti”.
A Ilha de Moçambique está ligada ao continente por uma ponte com cerca de 3 km de comprimento, construída nos anos 1960.
História
A ilha de Moçambique foi uma importante escala de navegação da carreira da Índia: mapa do percurso seguido pelas naus na ida (vermelho) e rota de regresso (verde).
Quando Vasco da Gama chegou, em 1498, a Ilha de Moçambique tornara-se uma povoação suaíli de árabes e negros com seu xeque, subordinado ao sultão de Zanzibar e continuava a ser frequentada por árabes que prosseguiam o seu comércio de séculos com o Mar Vermelho, a Pérsia, a Índia e as ilhas do Índico.
A ilha de Moçambique ganhou uma importância estratégica como escala de navegação da carreira da Índia que ligava Lisboa a Goa, tornando-se um dos pontos de encontro das embarcações eventualmente desgarradas na viagem de ida, assim como porto de ancoragem das que eventualmente se atrasassem e perdessem a monção. Onde na Ilha é hoje o Palácio dos Capitães-Generais, fizeram os portugueses a Torre de São Gabriel no ano de 1507, data em que ocuparam a Ilha, construindo a pequena fortificação que tinha 15 homens a proteger a feitoria nela instalada.
A Capela de Nossa Senhora do Baluarte, construída em 1522 na extremidade norte da ilha, a mais próxima da Ilha de Goa, é o único exemplar de arquitectura manuelina em Moçambique.
Em 1558 principiou a construção da Fortaleza de São Sebastião – totalmente com pedras que constituíam o balastro dos navios, algumas das quais ainda se vêem na praia próxima – que só terminou em 1620 e é a maior da África Austral. Esta fortaleza era muito importante, porque a Ilha tinha-se tornado o entreposto da permuta de panos e missangas da Índia por ouro, escravos, marfim e pau-preto de África, e era da Ilha que partiam todas as viagens comerciais para Quelimane, Sofala, Inhambane e Lourenço Marques. Por este motivo, os árabes não queriam perder os privilégios comerciais que tinham adquirido ao longo dos séculos.